A cidade de Angra do Heroísmo tem na mobilidade urbana um grande desafio. Os angrenses têm, claramente, três opções: continuar na mesma, facilitar estacionamento de automóveis particulares no centro histórico, ou priorizar a utilização de transportes públicos coletivos e outros meios de transporte individuais (por exemplo: bicicletas).
Quanto à gestão dos transportes públicos urbanos (conhecidos na nossa cidade como minibuses ou «serginhas»), esta poderá ser da exclusiva responsabilidade da autarquia, de uma empesa municipal ou concessionada a empresas privadas. O caminho escolhido, até agora, pelos diversos executivos camarários tem sido o da concessão a uma empresa privada.
Para o Bloco de Esquerda, os minibuses devem estar no topo da pirâmide dos transportes, no centro da cidade, por conseguinte há que também realizar um investimento, aproveitando fundos comunitários para o efeito, na aquisição de minibuses elétricos para assegurar o transporte coletivo de passageiros, o que, a curto e a médio prazo, beneficiará a autarquia, os munícipes e o ambiente.
O co-financiamento deste investimento facilitaria o seu retorno em muito pouco tempo, e seria um sinal muito positivo que a autarquia daria para a sustentabilidade energética e ambiental do concelho, da ilha e da Região.
Se é verdade que o atual executivo camarário aproveitou financiamento disponível para substituir parte da frota dos seus serviços, naquele que foi um passo importante a ser dado. Para o Bloco de Esquerda, faltam dar passos mais decisivos que nem seriam, de todo, arriscados.
A cidade de Angra do Heroísmo, repleta de ladeiras, não é a mais apetecível e não possui as características mais motivadoras para que os munícipes, e também quem nos visita, optem por se deslocar em bicicletas. Mas há sempre a possibilidade, aliás já adotada pela autarquia socialista de Lagoa (Algarve), de disponibilizar bicicletas elétricas públicas. Uma medida também passível de co-financiamento comunitário.
Com um novo paradigma para os transportes no município estarão reunidas as condições para uma nova visão urbanística para Angra do Heroísmo. Restará aos munícipes escolherem o que pretendem para a sua cidade e concelho, nas próximas eleições autárquicas. Opções e projetos diferentes não faltam: uns para ficar na mesma, outros para ficar mais ou menos na mesma, e outros para mudar tudo. Haja coragem para mudar!