Defender a Universidade dos Açores

 

'A troika está em Lisboa!', repetem, até à exaustão, os órgãos de comunicação social.  Faz agora um ano que esta tragédia começou.

O resultado não podia ser pior: mais e mais desemprego, mais e mais impostos, mais e mais sofrimento para todo um povo. É este o resultado das medidas da troika que, em má hora, PS, PSD e CDS chamaram para Portugal. Não para arranjar dinheiro para salários e pensões mas, sim, para garantir que os juros da banca internacional e nacional não eram postos em causa. Foi esta a opção destes partidos.

E esta opção desastrosa sente-se nos Açores, em cada casa e em cada família, porque esta voragem,  nada deixa de fora.

Esta semana, veio a público a difícil situação da Universidade dos Açores (UAç) e a dificuldade de muitos dos seus alunos e alunas em continuarem os seus estudos.

Perante os reais problemas económicos dos estudantes e das suas famílias, o Conselho Geral da UAç decidiu não aumentar as propinas. Saúdo esta medida, mas a verdade é que não chega.

O corte cego de 10%, nas verbas para a UAÇ, decidido pelo Ministro da Educação e Ensino Superior, somado aos sucessivos cortes anteriores, colocam em perigo este importante factor de desenvolvimento das nossas ilhas.

Projectos que não avançam, investigação obrigada a parar e até a tripolaridade da nossa Universidade, tudo está posto em causa.

Ora, pôr em causa a Universidade é por em causa o futuro dos Açores, é  pôr em causa a diversificação económica na Região, é pôr em causa a produção de produtos e serviços com maior valor acrescentado, é, em resumo, hipotecar a criação de  mais riqueza para todos/as nós.

Mas este governo PSD/CDS, aplicando as medidas da troika, vai ainda mais longe. Não só corta no financiamento às universidades, como corta nos apoios sociais aos/às alunos/as, dificultando – sobretudo, aos mais pobres - o acesso ao ensino superior.

A conjugação dos cortes, nos apoios sociais, com a diminuição drástica do poder de compra das famílias, impõe que, como no passado, só os mais ricos possam tirar um curso superior. 

Fica, assim, claro que a propagada mobilidade social, através do estudo e do empenho, é mais uma mentira eleitoral dos partidos da troika.

As políticas da troika estão a matar o País. É preciso pôr-lhes fim.