“PS não consegue responder aos problemas de hoje e não tem projecto para Açores de amanhã”

“Não são estas as políticas e medidas exigidas para combater o estado de emergência social que as pessoas sofrem nos Açores. Precisamos de outras medidas e de outras políticas!”, exigiu a deputada do Bloco de Esquerda no parlamento açoriano considerando que “o PS não consegue responder aos problemas de hoje e não tem projecto para Açores de amanhã”. Por isso o BE votou contra o Plano e Orçamento para 2015. (Leia a versão completa da intervenção)

Perante a grave situação social que se vive nos Açores, o Governo Regional não muda de rumo: em vez de promover o poder de compra das pessoas, combatendo a pobreza, por forma a que as empresas possam vender os seus produtos e serviços, prefere continuar a apoiar directamente as empresas, mantedo-as apenas de forma artificial.

O combate ao desemprego e à pobreza são as prioridades do Bloco de Esquerda, que apresentou uma série de propostas de alteração ao Plano e Orçamento.

Para combater o desemprego, de forma imediata, o BE propõe um programa robusto de Reabilitação Urbana, pública e privada, sabendo que a construção civil é o sector que mais contribui para os níveis de desemprego.

O aumento de 15 euros mensais nas pensões abaixo do salário mínimo regional e a introdução do Rendimento Social dos Açores, supletivo do Rendimento Social de Inserção, são duas das propostas do BE para combater a pobreza.

“Estas e outras medidas tiveram da parte do Governo Regional, como resposta, um silêncio olímpico, porque o Governo Regional não as quer”, lamentou a deputada Zuraida Soares, na intervenção final do debate do Plano e Orçamento.

“Apesar dos cortes nas transferências do Orçamento de Estado para a Região, não é por falta de dinheiro que o Governo Regional não faz outra política. Se fosse falta de dinheiro, o Governo não esbanjava milhões de euros em apoios mais do que duvidosos a empresas privadas, para depois viverem à custa do erário público”, acusa a deputada do BE, acrescentando que “para estas negociatas já há dinheiro, mas para o acesso dos mais pobres aos cuidados de saúde a que, constitucionalmente, têm direito, é preciso racionar!”

Zuraida Soares criticou fortemente a política definida para o sector do Mar: o Governo vai apoiar financeiramente grande empresas multinacionais que virão para os Açores, “numa lógica colonial, sacar as riquezas naturais para obterem mais-valias vultuosas nos seus países de origem”.

O BE, aponta no sentido inverso, porque continua a defender “a absoluta necessidade da implementação de um Centro de Investigação das Ciências do Mar, nos Açores, para que as mais-valias do conhecimento sirvam a Região e, em última análise, termos a capacidade necessária para defendermos o que é nosso, por direito”, salientou a deputada do BE.

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