BE propõe salário mínimo regional de 645€ e desafia PS a ser consequente com a sua indignação

O Bloco de Esquerda propõe um salário mínimo regional de 645 euros e desafia o PS a aprovar este aumento de 15 euros nos rendimentos dos trabalhadores do sector privado, em vez de ficar apenas pela “indignação e pelos lamentos”.

Recentemente, o PS criticou e mostrou indignação pelo facto de o acordo coletivo celebrado entre um sindicato dos trabalhadores do Turismo e a Câmara de Comércio e Indústria dos Açores se limitar a atualizar as tabelas salariais para cumprir o salário mínimo.

O Bloco de Esquerda considera “inaceitável que no sector do Turismo, que aumentou os seus proveitos em 40% nos últimos quatro anos, a grande maioria dos trabalhadores continue a receber apenas o salário mínimo”, e acompanha, por isso, a preocupação do PS.

Em conferência de imprensa realizada esta manhã, António Lima salientou, no entanto, que “de quem tem responsabilidades públicas exige-se mais do que apenas indignação e preocupação”, por isso o BE propõe uma medida concreta para garantir o aumento de rendimentos dos trabalhadores do sector privado que têm salários mais baixos e que se encontram, muitos deles, em risco de pobreza.

É importante salientar que a economia dos Açores tem tido resultados positivos nos últimos anos – em 2017 o PIB cresceu 1,6%, em 2016 cresceu 2,1% e em 2015 o crescimento foi revisto para 3% – mas este crescimento não tem significado a melhoria das condições de vida dos açorianos e açorianas. “Isto significa que as desigualdades sociais continuam a aumentar, porque alguns poucos estão a beneficiar deste crescimento da economia, enquanto a maioria dos trabalhadores não vê os frutos do seu trabalho”, conclui o líder do BE.

O BE pretende fixar – através desta proposta – o salário mínimo nos Açores em 645€.

É preciso lembrar que no sector público o vencimento mínimo passará a ser de 700€, como anunciou o presidente do Governo, e que, também por isso, “é mais do que justo que no sector privado haja um aumento mais significativo dos salários mais baixos”, salientou António Lima.

“Se, como o PS diz, a autonomia também é pão, então para que o pão que a autonomia dá seja distribuído por todos e não apenas por alguns, desafiamos o Partido Socialista a acompanhar o Bloco de Esquerda e aprovar o aumento do complemento regional ao salário mínimo que agora propomos”, disse o líder parlamentar do BE.

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