Author Bios

Intervenções:

  • Permitam-me três notas: grande parte da falta de choque pelo assassinato em si advém da normalização da violência de armas (já houve 81 tiroteios em escolas só este ano); uma grande parte das reações ao suspeito foram no sentido de o tornar um sex symbol; por fim, a sua idolatria como justiceiro demonstra a nossa tendência ao culto do chefe.

  • Sou o indivíduo mais jovem presente nesta sala, sendo inevitável, portanto, falar sobre os jovens, por onde começo:

Opinião:

  • Não resisto a confrontar a seriedade com a idade: por muito que se tente correlacionar a idade positivamente com a seriedade, o nosso mundo não deixa de nos provar quotidianamente como estamos errados.

  • A extrema-direita é incapaz de perceber que aquela terceira pessoa contra quem falam pode bem ser um filho, um pai, um amigo. Ao restringirmos a Liberdade do outro, restringimos a nossa própria Liberdade.

  • Esse mecanismo está presente em quase todos os artigos que aqui escrevo, mas na sua maioria das vezes não está explícito: é o dividir para reinar. É a polarização das questões. 

  • Entre assuntos regionais, nacionais e internacionais, é difícil não ficar indiferente, pelo menos atónito, com a absurda falta de bom senso, de ponderação, de honestidade.

  • A missão de um espírito crítico é identificar as frechas ou abri-las até em lugares de maior fragilidade, de forma a poder construir um edifício que seja seguro.

  • O que é agenda partidária se não a busca do bem comum segundo o respetivo partido? Culpabilizar os partidos por terem uma agenda política revela uma aversão à democracia enquanto pluralidade. 

  • Esta instrumentalização do medo muitas vezes desvia a atenção das causas estruturais dos problemas urbanos, transformando soluções de longo prazo em intervenções de choque para satisfazer audiências momentâneas. Esta é uma estratégia de extrema-direita e faz lembrar histórias de tempos que não se querem repetir.

  • As discussões sobre faixas etárias devem ser conduzidas com empatia, mas não condescendência, sob pena de se abrir clivagens geracionais que impedem um diálogo estrutural.

  • Esta semana tivemos a confirmação daquilo a que vem o nosso Governo Regional: uma preferência por negociar com a extrema-direita do que com o campo democrático. 

  • Não será preciso muito para vermos como a sociedade rotula os reformados de não-úteis (escrevo assim para evidenciar). Na era da produtividade, da novidade, parece que o seu lugar é num lar longe da vista.