“Há muita gente que não está a ir às urgências” por isso é fundamental repor o serviço de urgência no edifício do Hospital de Ponta Delgada

António Lima alerta que “há muita gente que não está a ir às urgências” em São Miguel e que “isto não é bom sinal”, por isso defende que é necessário canalizar todos os esforços para repor o Serviço de Urgência do hospital de Ponta Delgada em pleno funcionamento.

Na audição da secretária regional da Saúde, hoje, no parlamento, acerca da situação provocada pelo incêndio no hospital de Ponta Delgada, o deputado do Bloco salientou que o número de atendimentos nas urgências baixou significativamente em comparação com anos anteriores, e que isso exige que seja dada “uma resposta imediata” à população.

O Bloco critica a opção do governo regional em não reabrir o serviço de urgência, optando por uma solução de infraestruturas modulares para o serviço de urgência, bloco operatório e unidade de cuidados intensivos, em vez de trabalhar para reabrir o serviço de urgência do HDES, bloco operatório e unidade de cuidados intensivos.

“Dada a gravidade da situação que está em causa e o impacto que tem na saúde dos utentes” é preciso dar a máxima prioridade à reabertura do serviço de urgência no hospital.

António Lima reconhece que o hospital precisava, há muito, de obras de melhoramento e ampliação – como aliás os planos de atividade do hospital referem – mas isso não pode impedir que se reative com a máxima prioridade o serviço de urgência para repor, pelo menos, a situação que existia antes do incêndio.

António Lima questionou a secretária da saúde sobre qual o prazo estimado para a abertura do serviço de urgência, do bloco operatório e dos cuidados intensivos no hospital modular que foi anunciado pelo governo, mas, incompreensivelmente, a governante não conseguiu apontar uma data, nem sequer aproximada.

De salientar que segundo a secretária regional da saúde essas infraestruturas necessitam de infraestruturas de base, como água, saneamento, eletricidade, entre outras o que evidentemente levará a um período longo para a sua instalação, sendo que a avaliação das necessidades ainda nem está concluída.

Perante esta opção errada, que não tem os utentes do HDES como prioridade, mas sim tornar o HDES dependente de instituições privadas de saúde, o Bloco defende que todos os recursos e prioridades devem ser direcionadas para a retoma completa da atividade do HDES. Os investimentos futuros no HDES, que o Bloco há muito reclama e que não foram feitos por anteriores e por este governo, devem ser feitos após a retoma das condições antes do incêndio de modo a garantir que os utentes não são mais prejudicados.

A opção do governo deixará a ilha de São Miguel durante meses sem um serviço de urgência com as mesmas condições que existiam anteriormente e a depender, para cirurgias, do bloco operatório de instituições privadas de saúde, como assumido pela Secretária Regional da Saúde, ao afirmar que com o bloco operatório modular e somando este à capacidade instalada no privado e contratualizada atualmente pelo HDES, São Miguel ficaria com a capacidade de bloco operatório que tinha antes do incêndio.

Além disso, o Bloco considera que o governo tem de divulgar no imediato o relatório de progresso elaborado pelo grupo de trabalho criado para aferir os danos causados pelo incêndio no HDES. A população e o parlamento não podem ficar sem conhecimento dos reais danos causados no HDES, sendo que até membros do conselho de ilha tiveram acesso a esse.

 

Comissão de Assuntos Sociais do parlamento vai visitar hospital por proposta do Bloco

A Comissão de Assuntos Sociais aprovou hoje por unanimidade a proposta do Bloco de Esquerda para que os deputados façam uma visita ao hospital de Ponta Delgada, ao Pavilhão Carlos Silveira – onde está instalado o hospital de campanha da Cruz Vermelha – e ao Centro de Saúde da Ribeira Grande, onde está a funcionar o principal serviço de urgência do Serviço Regional de Saúde em São Miguel.

António Lima justificou a proposta com o facto de não ser aceitável que o parlamento tenha menos informação do que o governo sobre a situação atual das soluções que estão implementadas para dar resposta ao incêndio que ocorreu no hospital de Ponta Delgada.

 

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