
António Lima foi reeleito hoje como coordenador regional do Bloco de Esquerda. No encerramento da convenção regional do partido, em Ponta Delgada, assumiu que o Bloco vai fazer um combate sem tréguas ao compadrio e à promiscuidade entre o sector público e privado, para combater a estratégia do PSD, CDS e PPM que passa apenas por “mostrar aos sectores económicos dominantes na sociedade que com este governo ganham ainda mais do que com os governos do PS”.
Na primeira convenção regional do partido realizada no novo quadro político, com a direita no poder, António Lima acusou o governo de PSD, CDS e PPM de não ter qualquer projeto de desenvolvimento para os Açores e pretender apenas “manter-se no poder e tentar perpetuar-se no futuro”.
António Lima lembrou que o Bloco foi o único partido à esquerda do PSD que cresceu nas últimas eleições regionais, em 2020, e acusou o PS de ser responsável pela ascensão dos partidos de direita: “os 24 de anos de governação socialista significaram a manutenção do status quo, com os sectores importadores e monopolistas bem instalados, um sector primário estagnado e uma economia pouco inovadora que fomenta e vive da mão de obra barata e pouco qualificada”.
A estratégia de PSD, CDS e PPM passa agora por mostrar “aos sectores económicos dominantes na sociedade que com este governo ganham ainda mais do que com os governos do PS”.
Mas António Lima frisa que “o compadrio terá um combate sem tréguas” e o Bloco de Esquerda vai manter a sua luta pela decência e pela clareza das relações entre o sector público e privado na Saúde e na Educação, por exemplo.
António Lima deu como exemplo os negócios no sector da produção de energia, em que empresas recebem apoios para a produção de energia e ainda têm a venda garantida à EDA.
“O desenvolvimento das energias renováveis é uma emergência do nosso tempo. Assim um amigo do governo ou de um qualquer partido da coligação apresenta uma proposta de um projeto de painéis solares. O Governo aprova, subsidia 65% do investimento, e todos sabemos como se chega aos 100% ou quase, depois a EDA compra a energia e aí está o empreendedorismo tão elogiado. Se isto não é tirar o dinheiro que é de todos para dar a alguns, o que serão então estas negociatas?”, questiona o coordenador do Bloco de Esquerda nos Açores.
António Lima frisa que o Bloco de Esquerda é a força política que tem “uma postura clara e frontal no combate às desigualdades, no combate a qualquer tipo de discriminação social ou cultural, e que defende um projeto de diversificação da economia para novos patamares de especialização”.
“É esta postura que tem feito do Bloco de Esquerda uma força política diferente no quadro regional, que não cala o compadrio, que não cala as desigualdades e os atropelos à democracia e à decência”, afirmou.