
Jessica Pacheco salienta que foi na legislatura de 2015 a 2019, quando o Bloco de Esquerda “teve a mão no Orçamento de Estado”, que o salário mínimo registou o maior aumento, ao mesmo tempo que o desemprego baixou e em que houve o maior crescimento económico no país desde a introdução do Euro. O próximo passo é tirar as leis da troika do Código do Trabalho para combater a precariedade.
Em declarações após uma reunião com a União de Sindicatos de São Miguel e Santa Maria, a candidata do Bloco à Assembleia da República pelos Açores dá o exemplo do turismo e da restauração, onde os trabalhadores fazem horas extraordinárias gratuitas, porque as leis impostas pela troika ainda o permitem.
“Temos jovens cansados, com contratos precários, que fazem horas extra gratuitas e aquilo que recebem é apenas um obrigado do patrão”, disse Jessica Pacheco, acrescentando: “Queremos uma mudança”.
“Não podemos ter trabalhadores e trabalhadoras permanentemente de contrato precário em contrato precário e jovens em programas ocupacionais que não lhes dão uma perspetiva de futuro”, disse a candidata, apontando a valorização dos salários e o combate à precariedade como prioridades para a próxima legislatura.
“Temos que garantir estabilidade a quem trabalha, e dar condições aos jovens para avançar com a sua vida”, frisou.
Sobre a falta de mão-de-obra de que a direita se queixa, Jessica Pacheco considera que o problema está na falta de valorização dos trabalhadores: “Como é que podemos dizer às pessoas para fazerem mais formação, para terem mais qualificação para receberem pouco e com contratos precários?”.
Jessica Pacheco lembrou também a luta que o Bloco tem travado na República para garantir o aumento do salário médio, através da defesa da contratação coletiva e da garantia de haver progressividade nos rendimentos e nas carreiras, mas lamentou que o PS se tenha juntado sempre à direita para chumbar estas propostas.