A proposta do Chega que incentiva a disseminação de hortênsias e que abria a porta ao cultivo de outras espécies invasoras “é uma irresponsabilidade”. Todos os pareceres científicos recebidos no parlamento apontam para os grandes perigos desta proposta para o ambiente e para a agricultura.
“O CH não quer saber do ambiente, mas isso já sabíamos, mas também não quer saber da agricultura, não quer saber da silvicultura e não quer saber da economia dos Açores”, concluiu o deputado António Lima, perante a insistência do CH em defender a proposta apesar de todas as evidências científicas.
Efetivamente, todos os pareceres científicos recebidos, como não poderia deixar de ser, alertam para o caráter invasor desta planta e para os riscos para a biodiversidade, para a agricultura e até para os recursos hídricos.
Um dos pareceres científicos sobre a disseminação das hortênsias refere mesmo que “teremos um gigantesco problema, não apenas para a biodiversidade endémica, mas igualmente para as atividades agropecuárias e silvicultura, associada à sua elevada toxicidade para animais e pessoas”.
Perante estes factos, o CH, infelizmente, insistiu em considerar “radicais” os ambientalistas e os cientistas que trabalham na conservação da natureza e nas associações de proteção do ambiente, num claro desrespeito por estas pessoas.
António Lima, lembra que a disseminação da hortênsia pelos espaços públicos nas ilhas dos Açores é recente – século XX – e que foi feita à luz do conhecimento científico e dos gostos da época, mas salienta que “todos devíamos reconhecer, hoje, que a plantação massiva foi um erro”.
A proposta do CH acabou por ser rejeitada no parlamento, impedindo que fosse cometida uma enorme irresponsabilidade que traria prejuízos para o ambiente e para a agricultura.