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Parlamento aprova proposta do Bloco para manter Cineteatro Miramar público e ao serviço da Cultura em Rabo de Peixe

O Bloco de Esquerda saudou a mobilização e a contestação popular que fez o Governo Regional recuar na intenção de vender o Cineteatro Miramar. António Lima defende que agora é preciso também garantir uma maior dinamização cultural daquele espaço em Rabo de Peixe.

O parlamento aprovou hoje – com os votos favoráveis de todos os partidos, à exceção do Chega, que esteve ausente do debate– a proposta do Bloco de Esquerda que recomenda ao governo a manutenção da propriedade e gestão do Cineteatro Miramar na esfera pública e que esta infraestrutura continue a prestar um serviço público de promoção da Cultura.

António Lima assinalou que quem teve a intenção de vender o Cineteatro Miramar “despreza a Cultura e a comunidade de Rabo de Peixe”, e considerou ser importante saber de quem foi a ideia: “A população de Rabo de Peixe merece esta resposta”.

O Cineteatro Miramar é um espaço cultural multiusos gerido pelo Teatro Micaelense desde 2005, ano em que reabriu ao público depois de obras de recuperação financiadas por fundos EFTA, mas recentemente ficou a saber-se que um dos pontos da agenda da próxima assembleia-geral do Teatro Micaelense é “autorizar a abertura de procedimento de hasta pública para a venda do Cineteatro Miramar”.

Apesar de o governo já ter assumido que vai votar contra a venda do Cineteatro Miramar na reunião da assembleia-geral do Teatro Micaelense, António Lima diz que a própria manutenção deste ponto na agenda da convocatória “é um insulto à população de Rabo de Peixe”.

“Ninguém acredita que a tutela da Cultura não sabia que a administração do Teatro Micaelense tinha intenção de vender o Cineteatro Miramar”, disse o deputado do Bloco.

Sobre este assunto, em declarações públicas, o presidente do Governo Regional disse ainda que não sabia de onde tinha surgido a polémica. “Há uma proposta de venda do cineteatro e o presidente do governo não sabe como surgiu a polémica?”, ironizou o deputado do Bloco.

“Se não houvesse contestação popular, o Cineteatro Miramar seria vendido”, concluiu o deputado António Lima, que destacou também o importante papel do presidente da junta de freguesia de Rabo de Peixe na reversão da intenção do Governo.

O Bloco de Esquerda considera que a venda do Cineteatro Miramar seria um grande erro e defende que é fundamental garantir que aquele espaço continua a ser uma infraestrutura pública, ao serviço da Cultura em Rabo de Peixe.

Além de um auditório com capacidade para 120 pessoas, com condições para acolher diversos espetáculos de palco e a projeção de filmes, no edifício do Cineteatro Miramar existe também uma biblioteca e ludoteca, e é também este espaço que acolhe a Escola de Música de Rabo de Peixe.