Basta! A-ca-bou!

 

Há quase dois anos, escrevi - exactamente, aqui - que o caminho da troika (que PS, PSD e CDS nos impunham) seria uma desgraça para o país e não resolveria o problema da dívida.

Defendi - como defendia o BE - que o único caminho possível seria reestruturar a dívida e respectivos prazos, renegociando, simultaneamente, os juros.

Pouco depois, provou-se que a campanha desenvolvida pelos apoiantes da troika de que o Governo não tinha dinheiro para pagar salários e pensões era uma pura mentira.

Na verdade, havia dinheiro que chegasse para ambos. O que não havia era para pagar os encargos da dívida, isto é, os juros.

A opção do PS - logo apoiado por PSD e CDS - foi pagar à banca nacional e internacional, indiferentes ao facto de lançarem os/as portugueses/as, na miséria que hoje vivemos.

Austeridade e mais austeridade, desemprego e mais desemprego, falências diárias, dor e humilhação, ao virar de cada esquina. Dois anos depois, aí temos o resultado: o Ministro das Finanças, cinicamente, diz-nos que tudo vai bem, mas que são precisos (pelos menos) mais três anos de miséria, sobre a miséria vigente.

Como sempre foi claro, a dívida (o ícone, em nome do qual se destrói o país) não diminuiu, pelo contrário, aumentou e se era impagável há dois anos atrás, hoje é-o ainda mais.

A história mundial está cheia de casos de reestruturações de dívidas. A Alemanha já o fez e, mais recentemente, a Grécia viu reestruturada cerca de metade da dívida soberana e não saiu do euro, por causa disso.

BASTA! Basta de sangrar o povo para engordar a banca - como disseram mais de um milhão de pessoas, nas ruas deste país, no passado dia 2 de Março.

O caminho é outro, sempre foi. Por isso, o BE defende que é preciso pôr este governo na rua, já. Ninguém aguenta mais do mesmo, porque significa continuar a aumentar a dívida e lançar o país num poço sem fundo.

Despedir Passos e Portas é vital. Chamar os credores e assumir que Portugal vai reestruturar a sua dívida, em 50%, com carência de pagamentos, até 2020, renegociando maturidades e juros, é urgente. Porque queremos pagar a dívida, sim, mas sobretudo, porque queremos salvar o nosso país e quem nele vive.