O Partido Socialista chumbou, no último plenário da Assembleia Legislativa dos Açores, a proposta do Bloco de Esquerda de adaptação à Região do Código de Trabalho.
O Partido Socialista chumbou esta proposta do Bloco, com o argumento de que se tratava duma mera jogada política.
No entanto, a vida desmente o PS.
Na Cofaco, perante uma avultada encomenda, a empresa não pensou em reorganizar a produção, através de turnos, por exemplo. Não. A empresa deitou mão do novo Código de Trabalho, da autoria do Governo PSD/CDS e impôs às trabalhadoras um horário de trabalho, cuja jornada diária se iniciava às 8 horas da manhã e terminava às 22horas.
No mínimo, qualquer pessoa se indigna com a desumanidade duma medida que, imposta a estas mulheres, acaba por ter consequências bastante gravosas para as suas famílias.
Ora, a iniciativa do BE impedia esta e outras medidas, contrárias aos/às trabalhadores/as e, neste caso, obrigaria a empresa a reorganizar-se de maneira diferente, por forma a responder à referida encomenda.
Mas o PS/Açores prefere esta indesmentível brutalidade .
Em 2009, o Partido Socialista, na República, fez aprovar um Código de Trabalho que, em 2012, o Governo PSD/CDS agravou, muito para além da decência.
A proposta do Bloco de Esquerda, ao adaptar o Código de Trabalho do PS, assumia que, na Região, não se aplicaria o indigno código do PSD/CDS.
Sendo conhecida a frontal oposição do Bloco de Esquerda ao Código de Trabalho de 2009, todos/as perceberão que o nosso objectivo era convidar o PS/Açores - com base nas prerrogativas autonómicas - a assumir o seu Código, impedindo assim que, aos/às trabalhadores/as Açorianos/as, fossem impostas medidas mais gravosas, como aquelas que exemplifiquei com as trabalhadoras da Cofaco.
Infelizmente, o Partido socialista, quando colocado entre os interesses dos trabalhadores e os dos patrões, segue sempre os interesses destes. Mesmo quando para isso utiliza as leis do PSD/CDS, das quais diz ‘cobras e lagartos’.
“Faz o que eu digo, não faças o que eu faço” são as duas faces do PS, quando se trata de defender, na prática, os/as trabalhadores/as dos Açores e, ao mesmo tempo, defender o aprofundamento da Autonomia, em matérias tão importantes