Presto homenagem às mulheres que, nos Açores e em todo o mundo, resistem às inúmeras formas de opressão, contribuindo, diariamente, paraque haja uma mudança de mentalidades que opere a plena igualdade entre homens e mulheres.
A constatação da existência de desigualdades nas relações de género exige uma intervenção integrada nas várias esferas da sociedade, nomeadamente, o desafio às políticas convencionais e a repartição de recursos de modo a quea desvantagem relativa que afeta as mulheres e a vantagem relativa de que gozam os homens sejam eliminadas.
Celebramos o Dia Internacional da Mulher desde 1911, evocando as muitas alterações na igualdade de género já alcançadas, mas a história relembra-nos um compromisso que deve ser renovado a cada dia e por cada um de nós.
No plano internacional continua a ser importante falar em igualdade de género porque:
Continuam a verificar-se diferentes participações e usos do tempo entre homens e mulheres no que diz respeito à vida familiar, sendo que as mulheres são ainda as principais responsáveis pela execução das tarefas domésticas e pela prestação de cuidados à família;
Não obstante a licença de maternidade/paternidade, de acordo com a lei, poder ser partilhada pela mãe e pelo pai, são ainda poucos os homens que auferem deste direito, em grande parte devido ao modo como são estigmatizados no seu local de trabalho.
A crescente participação feminina no mundo laboral é importante não só para o sustento das famílias e economia global, mas também para a própria valorização pessoal das mulheres.
No entanto, a participação dos homens e mulheres no mercado de trabalho é desigual, facto que se reflete na existência do ‘gap’ salarial entre homens e mulheres, nomeadamente, no que diz respeito às dificuldades na gestão do tempo decorrentes das exigências sociais, ainda, impostas nos cuidados à família, o que contribui para um maior número de situações de pobreza entre a população feminina.
Pese embora a legislação em vigor garanta a igualdade de oportunidades entre mulheres e homens no mercado de trabalho, na prática ainda se verificam expectativas diferenciadas para mulheres e homens, decorrentes de estereótipos e papéis sociais de género.
Nas empresas privadas, como na administração pública, os lugares de chefia são maioritariamente ocupados por homens, pese embora o número de mulheres com habilitações superiores ser superior ao dos homens.
Continuam a persistir profissões tendencialmente femininas e tendencialmente masculinas, continuam a persistir as barreiras psicossociais no que diz respeito ao acesso a cargos políticos e à participação na vida cívica em geral, por parte das mulheres.
Por estas e outras razões, celebrar o Dia Internacional da Mulher é lutar contra a discriminação social e profissional, contra a violência física e psicológica, pelo direito ao trabalho com salário justo e justa progressão nas carreiras, pelo direito ao lazer, à vida familiar e social em igualdade de circunstâncias com os homens.