As pessoas, em geral, não dão a cara pelo Bloco, mas querem que o Bloco dê a cara por elas. O medo e o receio estão impregnados nas consciências dos cidadãos e das cidadãs.
O poder corrompe-se com o tempo, torna-se monolítico, defensor do pensamento único e de verdades ditas absolutas e deseja cada mais perpetuar-se no controle das pessoas.
As nossas causas e lutas são reconhecidas pela população, o que é preciso é dar massa humana pela sua utilidade e força de razão.
Banir a síndrome do medo de perder ou não arranjar emprego, sacudir o tradicionalismo familiar e social, ultrapassar o estigma de ser de esquerda, porque temos o direito de ter uma visão diferente da Região, do País e do Mundo. Queremos mais respeito pela pluralidade e igualdade de oportunidades, numa sociedade cujo horizonte deve ser mais aberto e abrangente.
O Bloco de Esquerda incomoda porque aborda problemas que o poder tenta calar: Base das Lajes, off-shores, custo de vida, necessidades básicas das famílias no ensino, desprezo e chantagem sobre os professores, habitação - ressalvar património com recuperação de casas devolutas, um olhar mais protetor sobre o mar, e defesa justa dos direitos de pescar e ser pescador/trabalhador. Alimentação quente e digna para as crianças nas escolas. Reforma aos 40 anos de descontos. Salário mínimo adequado à realidade dos nossos dias.
Este pequeno parágrafo mostra que o BE/Açores é uma força útil, capaz e forte na substância. Sabemos que as antíteses são igualmente robustas, mas às vezes as sínteses surpreendem muitos.
No fundo, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.
Uma palavra à Zuraida, por tudo quanto deu ao longo destes anos ao Bloco de Esquerda, a sua crença, o seu esforço, o seu empenhamento, expressando convicção e irreverência em tudo. O BE deve muito à Zuraida. Obrigado!