A substantiva diferença entre alternância e alternativa

 

Para os partidos da troika – quer o PS, seja o PSD - esta campanha eleitoral é, já se sabe, tempo de representação mais que de informação.

Era suposto ser o contrário.

Foi para isso que foi criado, mas os ‘marketings’ e a propaganda alteraram-lhe os bons propósitos e, hoje, ninguém estranha o circo montado em torno do que se pretendia fosse a promoção das ideias do/as candidato/as aos cargos políticos em disputa.

O objectivo já não é esclarecer o conteúdo das diferentes propostas, debater ou procurar convencer através do confronto de ideias, afirmar convicções, mas cumprir um ritual em que o mais importante é demonstrar força para impressionar o/a eleitor(a):

-  convencê-lo/a não pela força das ideias mas por uma peculiar ideia de força, construída a partir da capacidade de mobilização partidária ou de uma sua pretensa imagem montada por poderosas e dispendiosas máquinas de propaganda.

A razão, essa, descobre-se numa única palavra, afinal a que vai decidir o sentido de voto destas eleições: inevitável, inevitável o voto, no e/ou na Presidente !!!

Assim, desde logo, tornou-se supérfluo conhecer o conteúdo do que era inevitável.

Pois, se é inevitável, nem é necessário saber o que nele consta.

O que é inevitável, não se questiona, ponto.

Do mesmo modo, aceita-se a alternância como inevitável (a tese do 'mal menor') e rejeita-se a alternativa, precisamente porque contraria o discurso oficial do inevitável !

O desprezado (ou ignorado) confronto de opiniões que era suposto haver como forma de se rejuvenescerem propósitos e reganhar-se motivação para os esforços exigidos na concretização das propostas apresentadas, é substituído, em geral, por duas ou três ideias simples, matraqueadas à exaustão, sem grandes explicações pois, já se sabe, os axiomas não necessitam de demonstração ...

Aquilo que devia ser uma oportunidade e contribuir para clarificar as escolhas políticas, salientar as diferenças essenciais das propostas em disputa, reduz-se a meras caricaturas retóricas, ora refugiados numa linguagem do domínio dos ‘especialistas’, ora escondidos por detrás de promessas ilusórias e irrealistas.

Erguem-se palcos faustosos para receber arregimentados correligionários, com o único propósito de alardear supremacia e atestar entusiasmos bem ensaiados.

No dia 14 de Outubro, depende de si que esta cena, este filme, não se repita.

Se, com o seu voto, retirar o tapete ao PS/PSD e/ou PSD/PS... 

Se, na anterior legislativa, com dois deputados, o Bloco de Esquerda teve um excelente desempenho, queremos, agora, ser mais do que fomos.

É por isso, por tudo isso, que o Voto no Bloco de Esquerda fará toda a diferença.

Porque não é possível que – todo/as e cada um(a) de nós - cívica e politicamente possamos estar e ficar indiferentes à situação de emergência social que se vive nos Açores.

Votar no Bloco de Esquerda é uma escolha.

É escolher como olhamos e como agimos para reverter relações de poder.

Votar no Bloco de Esquerda é a certeza que, afinal, há alternativa.

Temos soluções, dia 14, vota Bloco de Esquerda!