Lembrar o Dia internacional do Trabalhador/a porque lutar é preciso

 

O 1º de Maio é uma jornada de luta solidária pela liberdade e pelos dire­itos dos trabalhadores/as de todo o mundo. É também um dia de lembrar aqueles/as que, no decurso da História, têm caído nesse combate, cujos objetivos nunca foram totalmente conseguidos. Hoje, assistimos, até, a um estrondoso retrocesso. Por isso, agora, como no passado, a luta continua!

Foi a 1 de Maio de 1886 que os operários dos Estados Unidos da América vieram para a rua em protesto contra as suas condições de trabalho, os baixos salários, a exploração do trabalho infantil, as extenuantes jornadas que, frequent­emente, excediam as 12 horas. Em Chicago, a greve paralisou as fábricas e prolongou-se por vários dias. Contra a onda grevista, os patrões mobilizaram a polícia e mercenários (os pinkertons), que mataram vários trabalhadores e feriram muitos outros.

No Congresso da Internacional Socialista de 1889, em Paris, foi decidido proclamar o 1º de Maio Dia In­ternacional do Trabalhador em homenagem aos “mártires de Chicago”; a bandeira vermelha permaneceu o símbolo do sangue derramado pelos trabalhadores. Desde aí, milhões de trabalhadores de todo o mundo têm-se manifestado e apresentado as suas reivindicações no 1º de Maio.

Hoje em Portugal, a coberto da crise mundial, europeia e nacional com o Governo da Troika/PSD/CDS assistimos a uma degradação generalizada dos direitos dos trabalhadores. No país, e na Região, congelaram-se pensões, direitos de progressão, confiscaram-se, sem data, e inconstitucionalmente, os 13º e 14º mês, e ao mesmo tempo reduziram-se os apoios sociais, tudo isto num país em que mais de 99 por cento vive de reformas e salários de miséria.

Vivemos o alastramento do flagelo do desemprego e trabalho precário, mas nem assim se coibiram de alterar a Lei laboral de modo a que seja mais fácil: despedir, acabar com o devido pagamento das horas extraordinárias e descanso compensatório, destruir a estabilidade dos horários de trabalho com a introdução de um banco de horas determinado pela entidade patronal, prolongar o trabalho temporário, aumentar o período experimental, diminuir o valor e tempo do subsidio de desemprego, diminuir a capacidade negocial das Convenções Coletivas e dos direitos dos representantes dos trabalhadores, continuar a política de salários baixíssimos.

Tudo isto acontece em nome de quê e de quem? De quem trabalha é que não. Estas são escolhas políticas que levam a mais desemprego e mais precariedade sem direitos, não resolvem a crise, aumentam sim a pobreza e as desigualdades sociais de forma galopante.

Hoje como há 125 anos é necessário estarmos despertos e lutar contra o ataque à dignidade de quem vive do seu trabalho!