“É preciso procurar com uma lupa para encontrar, nos últimos quatro anos, vestígios positivos de investimento do Governo da República em áreas essenciais para a região”, disse António Lima, que acrescentou que “há razões para preocupação na eventualidade do Partido Socialista conseguir a maioria absoluta na futura Assembleia da República”.
O Bloco de Esquerda “orgulha-se de ter participado na importante melhoria das condições de vida em todo o país e particularmente nos Açores” através de medidas como o aumento de salários e pensões, o reforço dos apoios sociais, e o combate à precariedade – que não constavam do programa eleitoral do PS – que permitiram dignificar a vida das pessoas e melhorar a economia. Mas António Lima aponta o dedo à falta de investimento público por parte do Governo da República nos Açores, que teve um impacto muito negativo.
A Região continua sem ter radares meteorológicos, sem obrigações de serviço público para a carga aérea, sem reforço de efetivos e meios para as forças de segurança, e sem uma diferenciação positiva para a Universidade dos Açores para compensar a insularidade e a tripolaridade. O estabelecimento prisional da Horta e o de Ponta Delgada continuam com péssimas condições, e a presença nos Açores da segunda tripulação para os helicópteros de busca e salvamento da Força Aérea é intermitente, e o Observatório do Atlântico ainda não existe, mas já se sabe que será apenas uma plataforma para facilitar o saque das nossas riquezas.
Além disso, a lei do mar – que é altamente lesiva para o futuro dos Açores – continua com uma lógica colonial da República sobre os recursos da Região.
O debate sobre o impacto das políticas do Governo da República na Região – suscitado pelo PS – referia-se ao passado, aos últimos quatro anos, e sobre este período ficou demonstrado que o Estado não cumpriu as suas responsabilidades e que o PS não cumpriu as suas promessas eleitorais para com os Açores.