Nas últimas semanas, desde a apresentação da minha candidatura, pelo Bloco de Esquerda, à autarquia da Praia da Vitória, que tenho sido abordada, no sentido de perceberem as razões que me levaram a aceitar o convite e tamanha responsabilidade.
Estas abordagens têm sido feitas por diversas gerações. Desde que se tornou pública a minha candidatura através da comunicação social que jovens, adultos e idosos me colocam a mesma questão: o que me levou a aceitar o desafio?
Tal como referi na apresentação da candidatura, sou uma atleta. As atletas e os atletas lidam com situações de desafios. A nós são-nos colocados desafios que se traduzem em objetivos e metas. Concretizar é o conceito final.
Como tal, e tendo plena consciência do desafio que me era colocado, não hesitei por um único momento em aceitar.
A minha postura perante a vida, a minha ideologia, as minhas preocupações e as dificuldades que sinto no dia-a-dia levaram-me a perceber que o meu contributo é necessário.
Se por um lado tenho o perfil de uma atleta disposta a desafios, a ultrapassar obstáculos e concretizar objetivos, por outro comungo de muitas das preocupações e das dificuldades de todos munícipes e cidadãos. Assim sendo, considero que a minha atuação só poderá beneficiar o concelho da Praia da Vitória.
O fato de ter 31 anos e ser relativamente nova no mundo da política é igualmente questionado. No entanto, saliento que sou aderente do Bloco de Esquerda desde o ano de 2009, por rever a minha ideologia e preocupações neste partido. As pessoas preocupam-me, o bem-estar social preocupa-me, a situação atual preocupa-me. Partilho as mesmas preocupações que o partido que represento.
Para além das razões referidas, a situação de desresponsabilização, que é visível no cálculo final de abstenções e nas conversas do quotidiano, impressionam-me.
Não consigo compactuar e perpetuar o sentimento e ideia de que “são todos iguais” e de que não “vale a pena votar”. Certamente, ficar em casa, não votando e consequentemente desresponsabilizando de qualquer resultado, permite que se possa dizer que “a culpa não foi minha”, no entanto são estas posturas que têm permitido que os, ditos, grandes partidos troquem, entre si, os mandatos, cujo resultado são políticas semelhantes, nas quais são introduzidos alguns tons de outras cores.
Há que consciencializar as pessoas, jovens, adultos e idosos, que nada está tomado, que é necessário uma participação ativa no meio em que nos encontramos inseridos, na sociedade, e que um dos recursos que temos para nos fazer ouvir, é com o voto.
Finalizando, deixo um repto a todos aqueles que, por não concordarem com as políticas de que todos temos sido alvos, criticam os atuais políticos, e que têm contribuído para a abstenção e para a sucessão dos sempre mesmos partidos, no dia 29 de setembro mudem a sua atitude, dirijam-se à urna e votem! Exerçam um direito que vos foi conquistado.
Até lá peço-vos que reflitam. Reflitam em tudo aquilo que lhes foi prometido, mas que pouco foi concretizado. Reflitam naquele que é o partido que, sem medo, tem estado sempre do lado do povo.
Eu não me candidatei por ter carreira política. Não me candidatei porque sim. Candidatei-me por acreditar que podemos mudar!