“As limitações que existem nos Açores no acesso à interrupção voluntária da gravidez não são aceitáveis”

“As limitações que existem nos Açores no acesso à interrupção voluntária da gravidez não são aceitáveis”, afirmou António Lima, que alertou também que, no atual contexto do crescimento da direita e de uma “onda conservadora”, é preciso lutar para evitar retrocessos na atual legislação.

Em declarações após um encontro que juntou hoje a Associação Escolha a Associação UMAR em Ponta Delgada, o deputado destacou a proposta do Bloco que está em discussão no parlamento dos Açores que pretende garantir o acesso à IVG nos três hospitais dos Açores.

Isto porque, atualmente, apenas o Hospital de Ponta Delgada (HDES) realiza IVG nos Açores. O que significa que as mulheres de todas as outras ilhas têm de se deslocar para o continente para aceder a este direito que está legalmente previsto.

António Lima salienta que os problemas de “privacidade e bem-estar físico e psicológico” que a deslocação destas mulheres para o continente provoca é inaceitável e não pode continuar.

“A grande limitação atual, apontada pelo governo, é a existência de profissionais que são objetores de consciência”, por isso, o Bloco defende que o caminho tem de passar pela contratação de profissionais que não sejam objetores de consciência, uma possibilidade que o parecer do Conselho Nacional para as Ciências da Vida considera possível nas instituições de saúde que não têm outra possibilidade para garantir o acesso a este direito.

António Lima acusa o governo regional de “baixar os braços” e lamenta que tenha desistido de tentar resolver este problema.

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