BE denuncia estragos causados pela construção das SCUT que estão por resolver

 

Numa visita à freguesia de Santana, no concelho do Nordeste, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda na Assembleia Legislativa dos Açores denunciou o estado deplorável em que a empresa responsável pela construção das SCUT deixou terrenos agrícolas e caminhos naquela localidade, exigindo uma tomada de posição firme do Governo Regional.

A líder da bancada do BE admite mesmo que “se estes estragos provocados pela construção da SCUT não forem resolvidos pela empresa responsável, o pagamento da obra deve ser suspenso até que as diversas situações estejam definitivamente resolvidas”.

Estão em causa terrenos agrícolas que foram utilizados como acesso a pedreiras, e que foram deixados sem quaisquer condições de cultivo, devido à imensa quantidade de pedra que lá foi depositada, acessos a terrenos agrícolas que foram bloqueados e fechados, e a repavimentação de estradas que estavam em óptimas condições antes do início das obras, e que foram parcialmente destruídas pela passagem de veículos pesados.

“Não entendemos a benevolência do Governo Regional perante todo o ‘escavacar’ a que o interior da ilha foi sujeito. É inaceitável e incompreensível”, disse Zuraida Soares.

Como exemplo, o BE refere uma estrada inaugurada, pelo próprio presidente do Governo Regional, em 2009, e que neste momento está em péssimas condições. A junta de freguesia já protestou, mas a situação continua por resolver.

A deputada do Bloco de Esquerda lembrou que as SCUT vão custar, a todos os açorianos, mais de mil milhões de euros, a pagar ao longo dos próximos trinta anos, considerando que o Governo Regional tem obrigação de fazer a empresa responsável pelas obras cumprir integralmente o contrato, nomeadamente no que toca às condições em que deveria deixar os terrenos adjacentes à nova estrada: “Não temos que pagar mil milhões de euros para a construção das estradas, e ao mesmo tempo assumir todas as despesas de recuperação dos prejuízos causados”.

“Não quero acreditar que o acesso das SCUT às freguesias foi decidido consoante a cor política de cada localidade”, disse ainda Zuraida Soares, criticando a dificuldade de acesso a freguesias como Santana, Salga e Santo António, em que até a sinalização rodoviária é inexistente.

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