
O Bloco de Esquerda Açores considera que a decisão de cancelar o processo de privatização da Sata Internacional era o único caminho a seguir, e que apenas peca por ser tardia.
Desde sempre que a posição do BE/Açores é de que a companhia aérea deve ser 100% pública, defendendo um projeto que passe pela sua recuperação, para que não seja posta em causa a mobilidade dos açorianos e das açorianas, e de forma que a SATA esteja ao serviço do desenvolvimento social e económico dos Açores.
Além disso, o partido já por diversas vezes tinha chamado à atenção para o facto do processo de privatização da Sata Internacional que estava em curso até ao dia de ontem, ser danoso para a empresa, e que os consórcios que se propuseram a comprar a SATA não tinham credibilidade nem davam garantias de que a companhia continuaria a desempenhar um papel importante nas ligações aéreas dos Açores com o exterior.
António Lima, deputado do BE/Açores, considera uma tamanha irresponsabilidade, que os partidos da coligação, PSD, CDS e PPM, bem como o Chega e Iniciativa Liberal tenham votado contra a proposta que o Bloco levou ao parlamento para a anulação imediata da privatização da Sata Internacional, quando já se percebia o grande fiasco que estava a ser todo esse processo.
“É lamentável que apesar de todas as opiniões contrárias, nomeadamente dos sindicatos, do júri do concurso e até mesmo do conselho de administração cessante, o governo regional tenha, por teimosia, arrastado o processo até aqui”, referiu António Lima.
O Bloco de Esquerda considera ainda que não é credível que o governo regional aponte a valorização da empresa como motivo para o cancelamento da privatização, uma vez que o grupo SATA tem apresentado maus resultados, que são fruto do plano de negócios e da política do atual governo regional de direita.
Para o Bloco é lamentável que mesmo assim, e perante todas as evidências e alertas, o governo regional continue a colocar em cima da mesa privatizar a Sata Internacional, quando aquilo que deve ser feito é criar um novo plano de negócios para a SATA, que recupere a empresa face aos péssimos resultados que tem apresentado.
“É necessário um novo plano de negócios e uma nova estratégia para salvar a SATA, que não inclua a privatização, que já se percebeu não ter nenhuma credibilidade”, salientou António Lima.
O deputado considera ser também muito preocupante que o governo ainda não tenha resolvido o problema da nomeação do novo conselho de administração da SATA, e tenha optado por uma fácil e temporária solução de cooptação de uma nova administradora financeira apenas para garantir quórum no conselho de administração, deixando assim a companhia aérea à deriva no período crítico que atravessa.