O Bloco de Esquerda quer continuar a alcançar avanços na igualdade de género nos Açores e isso passa por combater a violência doméstica e acabar com a desigualdade salarial entre homens e mulheres, e por levar ao parlamento assuntos que para a direita ainda são um tabu, explica Jessica Pacheco, segunda candidata do Bloco por São Miguel.
Para assinalar o trabalho que o Bloco tem feito no parlamento pela defesa dos direitos das mulheres, mas principalmente para alertar para os problemas que persistem e para o que ainda falta alcançar, o Bloco organizou hoje, em Ponta Delgada, uma exposição sobre “Feminismo e Igualdade de Género”.
No centro da exposição está uma taça com mais de mil berlindes. Cada berlinde representa um caso de violência doméstica identificado nos Açores em 2023. Um número que deixa os Açores “sempre na ordem do dia na comunicação social” pelas piores razões e que é preciso enfrentar, explica Jessica Pacheco.
Para alcançar este objetivo, o Bloco levou já ao parlamento várias propostas, nomeadamente a possibilidade de se fazer uma denúncia através de uma aplicação de telemóvel e o alargamento do funcionamento da Linha Contra a Violência para 24 horas por dia, para facilitar a denúncia por parte das vítimas, e ainda a adaptação das Casas Abrigo para dar resposta diferenciada a vítimas idosas ou com incapacidade.
Estas propostas foram aprovadas, mas “infelizmente não saíram do papel”, lamentou a candidata do Bloco.
De qualquer modo, Jessica Pacheco salienta a importância que o Bloco tem tido sobre estas matérias: “o Bloco não tem tido receio de levar ao parlamento temas que para muitos partidos ainda são um tabu, que precisam de ser desmistificados e desconstruídos, mesmo na assembleia”, como revela a reação por parte dos partidos de direita a temas como “a pobreza menstrual ou a violência obstétrica” em que “ora rejeitam as nossas propostas, ora demonstram a sua relutância em discuti-los”.
Aliás, com a direita no governo houve retrocessos, como o que aconteceu com o acesso à IVG.
“Com a direita no governo, as mulheres açorianas ficaram impedidas de realizar IVG nos três hospitais da Região e tinham que ser encaminhadas para o continente, uma situação que demonstra o enorme retrocesso nesta matéria, algo inadmissível”, explica Jessica Pacheco.
“Se queremos uma política de avanços não podemos ter um governo de direita que simplesmente continua a promover discursos de ódio – que se acentuaram com a aliança com a extrema-direita”, acrescentou.
O Bloco é fundamental para garantir avanços nos direitos das mulheres e pela igualdade de género.