Bloco receia que solução “provisória” do hospital modular seja necessária por muitos anos e lamenta falta de resposta do governo

O Bloco de Esquerda receia que o hospital modular – que era suposto ser uma solução provisória – fique em funcionamento durante muitos anos. António Lima lamenta que o governo regional não tenha sido capaz de esclarecer a Comissão de Inquérito sobre esta matéria.

Na última reunião da Comissão de Inquérito sobre o incêndio no HDES, o deputado do Bloco – que não tem direito a voto na comissão – afirmou que o partido se revê na generalidade das conclusões, mas não concorda com o facto de ter sido alterada a conclusão que apontava para a ausência de uma avaliação comparativa com uma possível reabilitação urgente do edifício principal do hospital em alternativa ao hospital modular, que os técnicos do próprio hospital dizem teria sido possível.

Destaca-se o facto de o relatório concluir que a decisão e opção do governo regional pela estrutura modular não foi suportada em estudos técnicos e económico-financeiros.

“Isso fragiliza a opção que se tomou, que foi feita com base na opinião da Direção Clínica dos Hospital, não tendo havido outro tipo de avaliação”, afirmou António Lima.

O deputado do Bloco destaca também que os processos de contratualização subjacentes à conceção, construção, apetrechamento e funcionamento do hospital modular, realizados por ajuste direto, levantam dúvidas quanto à legalidade e regularidade financeira e que esta solução acabou por derrapar no tempo e no preço, chegando ao custo final de 40 milhões de euros.

O relatório conclui que o incêndio teve uma origem acidental, mas também que o Sistema Automático Deteção de Incêndio estava obsoleto e que isso era do conhecimento dos sucessivos conselhos de administração, sem que isso tivesse levado a que se substituísse esse sistema.

“Naturalmente devia ser também do conhecimento dos vários governos regionais”, porque constava nos planos de investimentos do HDES.

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