Coligação e Chega travam projeto-piloto que garantia apoio técnico às empresas privadas para testar a semana de trabalho de 4 dias

O Bloco de Esquerda levou ao parlamento uma proposta para a criação de um projeto-piloto para implementação da semana de 4 dias no setor público e no setor privado, com redução do número de horas de trabalho e sem diminuição do salário. A participação no projeto-piloto – que a nível nacional obteve resultados muito positivos para as empresas e para os trabalhadores – seria de adesão voluntária para as empresas privadas, mas, mesmo assim, os partidos da coligação – PSD, CDS e PPM – e o Chega reprovaram a proposta.

O projeto-piloto proposto pelo Bloco pretendia caminhar no sentido de garantir “um equilíbrio saudável entre o trabalho e a vida pessoal” para que “haja mais vida para além do trabalho” e também para começar a preparar as empresas e a economia para o futuro, mas os partidos da coligação e o Chega optaram por “ficar agarrados ao passado”, criticou António Lima.

A rejeição da proposta do Bloco significa, assim, que a semana de trabalho de 4 dias não será testada no setor privado, mas apenas na administração pública regional, criando mais desigualdade entre estes dois setores.

“A implementação deste projeto-piloto no setor privado, muda tudo”, porque iria garantir “apoio técnico às empresas”, trazer “novos dados para a investigação sobre esta matéria” e dar “um novo incentivo a uma mudança estrutural na economia”, explicou António Lima.

Mas, acima de tudo, testar a semana de trabalho de 4 dias iria dar “um horizonte de esperança aos trabalhadores” num futuro com melhores condições de trabalho, e “é isso que a coligação não quer”, acusou o deputado do Bloco.

Os resultados do projeto-piloto para a implementação da semana de trabalho de 4 dias efetuado a nível nacional obteve resultados muito positivos quer para as empresas, quer para os trabalhadores.

“Com a efetiva redução das horas de trabalho semanais, verificou-se uma diminuição da ansiedade, da fadiga e problemas de sono, e uma melhoria na conciliação entre o trabalho e a vida familiar das pessoas” e a grande maioria das empresas registou melhorias na produtividade e a diminuição do absentismo, tendo mesmo optado por continuar com a semana de trabalho de 4 dias após o período do projeto-piloto.

António Lima reconhece que “a implementação desta medida traz desafios ao nível dos serviços que têm atendimento contínuo” e leva “à necessidade de uma adaptação cultural”, mas salienta as “vantagens para a sociedade, comprovadas por relatos de trabalhadores e por estudos internacionais e nacionais”.

O Bloco vai continuar a lutar por esta alteração cultural que permita a implementação da semana de trabalho de 4 dias, garantindo uma efetiva redução do horário de trabalho, sem perda de rendimentos, para que as pessoas tenham mais tempo para si.

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