Os últimos resultados semestrais do Grupo SATA são a demonstração do falhanço da estratégia do governo regional para a SATA.
A coberto do lema “Salvar a SATA” o governo regional está a levar a SATA a um beco sem saída, após 453ME de ajudas públicas à companhia, o governo de Bolieiro desbaratou essa oportunidade de efetivamente levar a SATA a um caminho de sustentabilidade.
Este é o resultado de um plano de negócios que tinha como um dos seus grandes objetivos privatizar a SATA Internacional.
O Bloco de Esquerda por diversas vezes alertou para o facto do plano de negócios da SATA aprovado pela Comissão Europeia e proposto pela região estar a falhar. Durante anos o governo regional de direita e a administração celebravam os alegados bons resultados da SATA, chegando até a martelar as contas da companhia para disfarçar elevados prejuízos com o registo de 19,2ME de impostos diferidos em 2022 e continuar uma incompreensível celebração a cada divulgação de resultados.
Na prática, o imposto diferido é a “poupança” fiscal que uma empresa terá ao deduzir prejuízos passados se, e quando tiver lucros no futuro. Se já era pouco ou nada credível que a SATA teria lucros a curto prazo à data, com os dados atuais, fica claro o caminho insustentável que a SATA leva com a direita ao leme.
Recorde-se ainda que, no âmbito do plano de negócios que o governo de Bolieiro aprovou, incluiu-se um danoso empréstimo obrigacionista de 60ME que, em 6 meses custou 6ME.
O que demonstra ainda mais o beco sem saída do Grupo SATA, são os elevados prejuízos registados no primeiro semestre da SATA Air Açores, empresa que apenas presta serviço público ao abrigo de contrato de obrigações de serviço público, contrato que deveria garantir a sustentabilidade da operação.