A Iniciativa Liberal, ou melhor o seu único deputado regional eleito no plenário açoriano, no passado dia 8 de março, subiu ao “palco”, e tal qual um dramaturgo proferiu “A partir de hoje, depois de todos os esforços que fizemos para que esse acordo pudesse ser levado até ao fim, vemo-nos obrigados a dizer aos Açorianos...”, e tudo isto quer dizer “trocado por miúdos”, que ROMPEMOS o acordo que tínhamos assinado com este governo. Ou seja, há mais governo?
Aliás, onde andam os liberais como os de 1820 que entraram pela cidade do Porto e formaram a revolução? Bom, este liberal não foi capaz de ir mais longe. E já vimos outros deputados açorianos, não liberais, ir mais além. Mas vejamos, existem mais bancadas que têm vontade de ver este governo cair, mas reforço, vontade, porque a coragem não teve o liberal nem muito menos teriam os outros. Isto porquê? E vejamos bem, o email enviado a todos os deputados foi exatamente na hora da sua declaração política, onde desperdiçou a oportunidade de reunir e usar um instrumento que teria em seu poder, isto é, reunir 15 deputados do parlamento contando consigo próprio e apresentar uma moção de censura a este governo, mas a verdade é que no teatro paga-se bilhete e os lucros são maiores.
Preferiu apresentar uma mão cheia de nada, que em nada resulta para a vida dos açorianos. Eu posso dizer que, na minha opinião, sorrateiramente jogou uma cartada, para que o ónus da apresentação da moção de censura, fique do lado do PS e do BE. Em silêncio. Mas sabendo muito bem ele, que estes dois sozinhos não são suficientes para o fazer, nem a IL e nem o deputado independente, deram garantias de a aprovar se fosse apresentada e assim continuamos na mesma. O tabuleiro de xadrez rodou e ficou igual o jogo, porque os jogadores voltaram ao mesmo lugar e não se levantaram.
O PAN nada disse sobre o assunto sem ser “nós não assinamos”, ou seja, mais um dos que não fala. Silêncio.
José Pacheco, entrou no debate a dizer “eh! pouco barulho aí que agente está falando”, mas como sempre, a análise é dúbia, até porque assinou o acordo, já foi obrigado a rasgar o acordo no último orçamento regional, mas também não o fez, e isto porque como ele diz muitas vezes quem manda “sou eu”. Terminou a sua intervenção a dizer, “o que o senhor deputado foi ali dizer daquela tribuna, é o mesmo que eu já ando a dizer há algum tempo, tem que haver respeito”, respeito este que não tem existido pelos açorianos na sua própria casa, e mais não digo porque perdia-me neste representante de um partido e ele não merece tanto canal.
O PPM, foi falar em números que representam o sucesso deste governo. Bravo senhor deputado. Para terminar em grande, proferiu uma fábula para descrever o estado de instabilidade que representa o senhor deputado Nuno Barata, a história do “sapo e do escorpião”, imaginem lá qual seria o deputado do IL… Bom….
Já o governo, nas palavras do Secretário da Finanças Regionais, a começar pelo seu nervosismo e a sua cara de quem tinha ficado muito surpreendido com o que tinha acabado de acontecer naquela tribuna, até frisou que tudo fez para cumprir com tudo o que o senhor deputado tinha pedido para ser aprovado no último orçamento.
Mas sabem o que eu acho? É muito namoro entre estes nossos deputados e partidos da direita.
O PSD, teve uma postura de que nada seria verdade o que o deputado do IL tinha dito e nem tinha qualquer razão de o fazer.
O BE/Açores, deixou-se ficar quase para último, contudo, identificou que tudo isto seria mais, e cito “uma trapalhada”, e a verdade é que será certamente, uma grande trapalhada ou um barco de homens sem leme, só que esta trapalhada deixa o ónus nas mãos do BE e não só.
Falo do partido que venceu as eleições em 2020, o PS/Açores, na voz do seu líder parlamentar, onde o mesmo refere que a partir daquela data tinha sido “passada a certidão de óbito deste governo”. Porém, pela voz do Dr. Vasco Cordeiro será necessário alguém receber esta certidão de óbito, e emitir o recibo que deu entrada e enfiar a tabuleta do “Paz à sua alma”, mas não, o PS, não quer ou não dá sinais de quer abrir a porta à moção de censura, que pode libertar os açorianos desta governação tripartidária. Nos últimos dias, Francisco César, disse que o PS, só apresentaria uma moção de censura nos Açores, se tivesse a certeza do apoio do PAN e do ex-Chega, esquecendo-se do deputado do IL e assumindo que o BE estaria garantido, ora, senhor deputado sempre ouvi dizer que “quem tem medo compra um cão”.
Em súmula, nem o PS nem o BE, por ora, apresentaram a moção de censura, e o deputado Nuno Barata teve direito a tempo de antena e hoje pode dizer que obedeceu às ordens vindas de Lisboa.
Teremos novos casos e casinhos na próxima aprovação do Plano e Orçamento da Região, e enquanto não chegamos lá temos uma região gerida a reboque e na expectativa que venham os apoios do PPR ou os Fundos Comunitários para salvar esta governação de liderada pela filosofia e silêncio do próprio representante.