O Bloco de Esquerda defende que o apoio financeiro aos comerciantes do mercado da Graça para compensar as perdas de rendimento provocadas pelo atraso na conclusão das obras, que foi ontem anunciado pelo presidente da autarquia, já vem tarde e deve agora ser pago com retroativos, abrangendo todo o período em que os comerciantes foram prejudicados.
A proposta para a criação de uma compensação financeira aos comerciantes do Mercado da Graça, que estão há quase dois anos a trabalhar em péssimas condições, num estacionamento subterrâneo, e que registam uma enorme perda de clientes e de faturação, foi apresentada pelo Bloco de Esquerda já por duas vezes, tendo sido sempre rejeitada pela maioria que suporta o executivo liderado pelo PSD.
Por isso, Avelina Ferreira, deputada municipal do Bloco, saúda a mudança de posição do presidente da autarquia de Ponta Delgada, lamentando apenas a demora do executivo em perceber que os comerciantes estão a atravessar enormes dificuldades provocadas principalmente por atrasos que são da responsabilidade do atual e do anterior executivo autárquico.
De facto, em 29 de setembro do ano passado, o Bloco propôs a criação de uma compensação financeira aos comerciantes pelas quebras de rendimento provocadas pelo prolongado período de obras de requalificação do Mercado da Graça, mas a proposta foi rejeitada, tendo a maioria usado como argumento a falta de dados que confirmassem a perda de rendimentos dos comerciantes.
Perante a rejeição da proposta, o Bloco de Esquerda tomou a iniciativa de contactar diretamente com os comerciantes, para fazer um levantamento que devia ter sido feito pela própria autarquia, que, aparentemente, até hoje, nunca teve esta iniciativa.
Os resultados desse inquérito revelaram quebras de rendimento muito acentuadas, por isso, em novembro, o Bloco de Esquerda voltou a propor – desta vez no âmbito do Orçamento da autarquia para 2023 – a criação de mecanismos de compensação adicionais aos comerciantes do mercado da Graça que comprovem a quebra de rendimentos registada. Mais uma vez, o executivo ignorou a proposta.
Perante o anúncio de mais um atraso – e desta vez o presidente já nem se atreve a adiantar uma data para a conclusão das obras – a autarquia vai finalmente criar um mecanismo para compensar as perdas dos comerciantes, uma medida que o Bloco considera justa e que já devia ter sido implementada há mais tempo.