Assembleia Municipal de Ponta Delgada aprova propostas do Bloco para descentralizar eventos culturais e promover direitos LGBT+

Ponta Delgada vai levar mais eventos culturais às freguesias fora do centro urbano e vai implementar várias medidas de promoção dos direitos das pessoas LGBT+. As duas propostas apresentadas pela deputada municipal do Bloco de Esquerda, Avelina Ferreira, foram aprovadas hoje em Assembleia Municipal.

Tendo em conta que a maior parte dos eventos culturais promovidos pela autarquia de Ponta Delgada decorrem no centro da cidade, o Bloco de Esquerda propôs a implementação de medidas de descentralização que melhorem o acesso à cultura em todo o concelho.

Assim, a autarquia deve passar a promover a itinerância dos eventos culturais que organiza, particularmente os que passam pelo Centro Municipal de Cultura de Ponta Delgada, levando os artistas e as suas obras a percorrer várias freguesias do concelho.

Os eventos culturais com apoio institucional ou financeiro da Câmara Municipal de Ponta Delgada devem, a partir de agora, passar também, sempre que possível, por freguesias mais afastadas do centro urbano.

Esta proposta foi aprovada por unanimidade.

A proposta para tornar Ponta Delgada uma autarquia que abraça a diversidade e defende os direitos LGBT+ foi também aprovada, mas por maioria, com a abstenção de dois deputados municipais eleitos pelo PSD.

Com a aprovação desta recomendação do Bloco de Esquerda, Ponta Delgada deverá declarar-se como “Cidade Amiga da Comunidade LGBT+” e dar início ao processo de candidatura à rede internacional de autarquias Arco-íris – “Rainbow Cities” – que integra já mais de trinta cidades de todo o mundo.

Ponta Delgada vai passar também a hastear a bandeira arco-íris nos Paços do Concelho, todos os anos, a 28 de junho, data simbólica para a luta pela defesa da igualdade e pelos direitos das pessoas LGBT+.

Avelina Ferreira alertou que “a prática de bullying contra quem é visto como diferente continua a ser uma realidade nas ruas, nas casas que deviam ser lares, nas escolas, nos locais de trabalho - e é muitas vezes silenciado”.

A deputada municipal do Bloco de Esquerda manifestou agrado pela aprovação desta recomendação, mas não deixou de assinalar que, certamente, os dois deputados municipais que se abstiveram “nunca sentiram na pele” esta discriminação. Uma discriminação que já levou vários jovens a ter que sair das suas casas por não serem aceites pelas suas famílias devido à sua orientação sexual, e que acabam nas ruas da cidade, muitas vezes na prostituição.

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