Bloco acusa governo de ter provocado rutura do Serviço de Hemodiálise do HDES para o entregar a privados

O Bloco de Esquerda acusa o Governo Regional de ter provocado, propositadamente, a rutura do Serviço de Hemodiálise do Hospital de Ponta Delgada para o entregar a privados, como foi ontem anunciado pelo diretor regional da Saúde.

Em vez de investir no Serviço Regional de Saúde, que é de todos, o governo prefere garantir um rendimento garantido a uma qualquer empresa privada, cujo negócio pode até já estar a ser preparado.

A intenção do Governo Regional de entregar a privados a hemodiálise no HDES em vez de criar uma nova unidade de diálise será o princípio do fim deste serviço no maior hospital da Região.

Há muito que se conhece a necessidade de aumentar a capacidade do Serviço de Hemodiálise do HDES, mas, no entanto, o atual governo regional do PSD/CDS/PPM optou por deixar, propositadamente, o serviço entrar em rutura, sem capacidade de receber mais doentes, para agora apresentar a convenção com privados como a solução.

A entrega deste serviço a privados é uma falsa solução. Por um lado, não é uma solução imediata, pois não há nenhuma unidade de diálise privada na região, que, por isso, terá que ser construída, certamente recorrendo a subsídios públicos. E, por outro lado, essa decisão levará a que se continue a desinvestir no Serviço de Hemodiálise do HDES.

Esta é mais uma decisão que torna o maior hospital da Região, e o Serviço Regional de Saúde de uma forma geral, cada vez mais dependente de empresas privadas que vivem à custa de verbas públicas.

Esta decisão é ainda um desrespeito pela democracia e pelo parlamento, que, por proposta do Bloco de Esquerda, introduziu no Plano de Investimentos da Região para 2023 o projeto para a construção de uma nova unidade de diálise no HDES.

O Bloco de Esquerda insiste que a solução para este problema deve passar pelo aumento da capacidade de resposta do Serviço de Hemodiálise do HDES, para que haja um Serviço Regional de Saúde mais robusto, capaz de responder às necessidades de todos os utentes com qualidade e eficiência, independentemente da sua condição financeira.