Em fevereiro de 2021, o presidente do Governo Regional anunciou um “entendimento alcançado entre a ASTA Atlântida, a Câmara Municipal de Ponta Delgada e o Governo Regional” para a conclusão das obras da Calheta Pêro de Teive. Agora, perante mais um adiamento das obras, o Bloco de Esquerda quer explicações do Governo e acusa a coligação PSD, CDS e PPM de ter a mesma condescendência com ASTA Atlântida que tinha o governo do PS.
“Queremos saber o que é que José Manuel Bolieiro acordou com a ASTA”, disse António Lima hoje em declarações aos jornalistas, anunciando que o Bloco vai enviar um requerimento para saber “o que está efetivamente neste acordo e quais foram as contrapartidas, o que é que se negociou”.
“O presidente do Governo não pode fazer um anúncio em Santana, com pompa e circunstância, para dar a boa notícia que as obras vão avançar, mas quando as obras param, remeter-se ao silêncio”, criticou o deputado do Bloco de Esquerda.
António Lima lembra que as mais recentes alterações no contrato de concessão que são conhecidas foram assinadas em 2016 e previam a construção de dois hotéis, com prazos definidos – o hotel Azor e o hotel das Furnas – e a construção do espaço público e o novo hotel na Calheta. “O problema é que o Governo do PS não fixou um prazo para a construção na Calheta, fazendo com a ASTA Atlântida, a seu belo prazer, adie sempre que quiser a conclusão desta obra e a devolução deste espaço às pessoas”, lamentou.
António Lima lembra que a Calheta Pêro de Teive é um espaço público concessionado pelo Governo Regional, por isso, é importante perceber se o atual governo regional impôs, no entendimento que diz existir, algum prazo para a conclusão das obras.
“Do ponto de vista político, a não definição de prazo pelo PS foi danosa”, mas quando o atual governo anuncia que “há um entendimento para que este processo avance, eu quero acreditar que houve uma definição de prazos, se não, podemos estar daqui a 10 anos ainda a discutir a Calheta”, disse o deputado.
“O governo da coligação está a ter, neste dossier, a mesma atuação condescendente para com a ASTA que tiveram os governos do PS, tudo é permitido e quem sofre é a população da Calheta e de Ponta Delgada”, concluiu António Lima.