Numa altura em que se aproxima o período crítico da época alta, o Governo Regional mantém a SATA à deriva, com uma administração de recurso, que não dá segurança para resolver problemas operacionais nem para tomar decisões estratégicas sobre o futuro da companhia. Em declarações após reunião com o presidente da autarquia de Angra do Heroísmo, António Lima, exigiu também ao governo esclarecimentos sobre a operacionalidade do Porto das Pipas.
“Estamos a entrar num período crítico para as acessibilidades aéreas para a ilha Terceira e para os Açores” e “há um elefante no meio da sala”: mais de um mês depois do anúncio da demissão da presidente do Conselho de Administração da SATA e do diretor financeiro, a companhia tem uma administração “que apenas garante quórum, mas que não toma decisões importantes”.
António Lima considera que “a demora do governo é inexplicável” e defende que “no momento em que se aproxima a época alta, é fundamental que a empresa tenha uma administração funcional”.
“Esta questão não tem tido a atenção do Governo, que sabe da demissão de Teresa Gonçalves, provavelmente desde março”, acrescentou o deputado.
Independentemente do papel que se entenda que a SATA deve ter no futuro dos Açores, “a SATA não pode estar à deriva” e é preciso garantir que tem uma administração capaz de tomar decisões estratégicas e decisões operacionais, para dar resposta à população e à economia.
Ainda sobre transportes e acessibilidades, neste caso concretamente sobre a ilha Terceira, o Bloco entende que o governo tem de esclarecer se se confirma a utilização do Porto das Pipas pela Atlanticoline este verão e em que condições esta utilização irá ocorrer.
“Tendo em conta as dúvidas sobre a operacionalidade do Porto das Pipas, o governo tem que esclarecer se a operação de verão da Atlanticoline estará a funcionar em pleno, com normalidade, em Angra”, afirmou António Lima.
O Bloco considera que, havendo condições de segurança e operacionalidade, a Atlanticoline deve retomar as viagens previstas para o porto de Angra de Heroísmo, “mas é preciso que o governo esclareça se estas condições estão reunidas”, frisou o deputado.
António Lima critica o facto de não haver uma gare de passageiros em condições nem em Angra do Heroísmo, nem na Praia da Vitória, e considera que nesta matéria “a Terceira tem sido esquecida”.
“Não é admissível que, querendo fomentar uma operação de transporte marítimo de passeiros, a Terceira não tenha gare de passageiros em condições”, disse o deputado do Bloco.
António Lima, que está na Terceira durante dois dias em visita oficial da Representação Parlamentar do Bloco de Esquerda, alertou para a importância de se avançar de imediato com a obra para asfaltar a estrada alternativa de acesso à freguesia do Raminho, cujo acesso principal está condicionado desde janeiro, devido a um sismo.
“É preciso arranjar uma alternativa célere, porque a alternativa que existe atualmente não oferece garantias de segurança nem de comodidade, e não serve a população”, assinalou.