Vera Pires salienta que o Bloco tem “trabalho feito” em Ponta Delgada e apresenta novas ideias para construir o futuro

“Temos trabalho feito, temos ideias, projetos e vontade de continuar a mudar o presente para construir o futuro”. Foi assim que Vera Pires apresentou a sua candidatura à Câmara Municipal de Ponta Delgada pelo Bloco de Esquerda.

A sessão de apresentação decorreu hoje no Jardim da Avenida do Mar, um local simbólico, porque é fruto de uma proposta feita no âmbito do Orçamento Participativo, uma ideia que o Bloco de Esquerda defendeu em Ponta Delgada, de forma inovadora, em 2005, e que só foi implementada em 2015, depois de muita insistência da representação do Bloco na Assembleia Municipal.

“Foi o BE quem colocou na agenda municipal, ano após ano, desde 2005, a proposta do Orçamento Participativo até que, finalmente, a Câmara a concretizou a partir de 2015”, disse Vera Pires.

Partindo deste exemplo do Orçamento Participativo, a candidata garante que, mais uma vez, o Bloco apresenta-se a eleições autárquicas em Ponta Delgada com “um conjunto de propostas capazes de transformar, progressivamente, a nossa terra num melhor local para viver, trabalhar e visitar”.

Vera Pires assume o compromisso de continuar a lutar contra a incineradora e a apresentar alternativas viáveis e sustentáveis, como o aumento da reciclagem, a recolha seletiva porta-a-porta, a redução da taxa municipal de resíduos para quem separe o lixo corretamente, e a reciclagem dos plásticos da lavoura.

António Lima, coordenador do Bloco de Esquerda, destaca exatamente o papel de Vera Pires ao longo dos últimos três mandatos na assembleia municipal de Ponta Delgada na luta contra a incineradora: “O Bloco de Esquerda foi o único partido na assembleia municipal de Ponta Delgada a opor-se ao negócio da incineradora que PS e PSD querem impor na ilha de São Miguel”.

António Lima assinala também que, apesar de ter mudado o Governo regional, sobre a incineração, a política manteve-se, porque o atual secretário regional do Ambiente do governo PSD, CDS e PPM, diz exatamente o mesmo que dizia a secretária do Ambiente do governo do PS: que a gestão de resíduos é uma responsabilidade exclusiva dos municípios. Se assim é, “então é hora de votar no Bloco de Esquerda nos municípios para mudar esta política”.

O coordenador do partido destaca ainda o papel positivo do Bloco de Esquerda nos últimos desenvolvimentos do processo da Calheta Pêro de Teive. “Só depois de, há um ano atrás, o Bloco de Esquerda ter feito uma inauguração fictícia do espaço público da Calheta”, alertando para o abandono em que estava, “é que a Câmara Municipal começou a fazer alguma coisa para demolir as galerias comerciais”.

Foi preciso o Bloco de Esquerda “atirar uma pedrada para o charco” para a Câmara Municipal fazer alguma coisa para acabar com aquilo que António Lima considera “o maior atentado urbanístico de Ponta Delgada”.

Ainda sobre a Calheta Pêro de Teive, António Lima deu nota do espanto do Bloco de Esquerda perante a recente notícia de que o governo está a preparar um novo projeto para aquele espaço público.

“Quem tem a responsabilidade de construir o espaço verde na Calheta é a empresa que vai construir o hotel e que lucra o negócio do jogo. Não são os contribuintes que têm que pagar mais uma vez. É o Fundo Discovery que tem que construir o espaço verde que está previsto e devolver a Calheta às pessoas”, assegurou o líder do partido.

Ainda sobre o programa eleitoral para Ponta Delgada, Vera Pires destacou as propostas de construção de duas centrais de camionagem servidas por estacionamento e passes sociais combinados de preço mais acessível, o início do caminho para o minibus tendencialmente gratuito, a isenção de pagamento de parquímetro a veículos elétricos para promover esta opção mais ecológica, e a criação de um Corredor Verde pedonal e ciclável que integre os troços de ciclovia existentes e os articule, incentivando peões e ciclistas ao uso desta alternativa ao carro, com segurança e condições.

Habitação, ordenamento do território, inclusão social, promoção da igualdade são outras das áreas prioritárias para o Bloco de Esquerda em Ponta Delgada.

Avelina Ferreira, candidata à assembleia municipal, assinala que Ponta Delgada é um concelho maravilhoso, mas também um concelho onde se passa fome, onde a saúde física e mental é muitas vezes precária, e onde direitos básicos, como o direito à habitação, recebem resposta insuficiente”. Para dar resposta a estes problemas, a candidata assume o compromisso de ser uma voz de esquerda na assembleia municipal, como “alternativa ao neoliberalismo instalado do PSD e do PS”.

Susan Trubey, imigrante que chegou aos Açores há 20 anos, mandatária da candidatura, mostrou-se muito orgulhosa pelo desenvolvimento positivo que os Açores tiveram desde que cá chegou, mas diz que “ainda há muito trabalho a ser feito”, e destaca a luta “pelos direitos das mulheres, os direitos LGBTQ+, o direito a um ambiente limpo, o direito à habitação, e os direitos de mobilidade”.

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